sexta-feira, 15 de julho de 2011

O Problema do Mal (parte 5): Por que Deus não impediu a queda?


Esse é mais um texto da minha série dedicada ao principal argumento ateísta, conhecido como o Problema do Mal. Anteriormente, já discutimos sobre as três nuances principais do problema filosófico, em relacão ao sofrimento, ao problema lógico e ao problema probabilístico da existência do Mal. Embora nossa refutação já esteja bastante completa, penso que ainda podem haver brechas em muitas outras questões para alguma possível réplica ateísta. Por isso, continuarei a série com mais um texto retirado de um blog apologético, dessa vez abordando uma pergunta curiosa, que está diretamente relacionada ao P d M:

A queda do homem, segundo a Teologia cristã, foi a consequência do pecado original. O ser humano, antes supostamente perfeito, criado à semelhança de Deus, corrompeu-se pelo engano e tornou-se reprovável diante de Deus, digno de punição. A partir daí, estamos condenados a uma punição eterna, a menos que aceitemos o único meio disposto por Deus a evitar a danação, conhecido como Salvação. Segundo os cristãos, a Salvação é oferecida unicamente através da graça (favor imerecido) de Deus, que alcançamos através da fé. Não é a intenção do texto discutir sobre Soteriologia, portanto, ignorando tais detalhes, a queda do homem nos traz alguns questionamentos: se Deus conhece de antemão o futuro, porque permitiu que a queda do homem ocorresse? Não sabia Ele que por causa disso muitos seres humanos seriam inevitavelmente condenados, enquanto alguns poucos poderiam ser salvos? Sem dúvida na perspectiva cristã o pecado é o pior mal (talvez o único) para o ser humano. Então, porque Deus permitiu que ocorresse?

A questão é respondida pelo pastor Hermes Fernandes e eu encontrei no blog cristão Genizah (o link do artigo original está no final do texto. Não me surpreendi com a resposta dele, afinal está de acordo com o que sempre pensei a respeito do assunto. Resumindo, o Plano de Salvação através do sacrifício de Jesus já estava planejado antes da criação do Homem, e este sacrifício foi a maior prova de amor de todos os tempos, sendo que não teria acontecido se o homem não tivesse pecado. Bem, vou deixar de enrolar vocês, aproveitem a leitura:
Por que Deus não impediu a queda?

Eis uma das mais delicadas questões com que se depara a Teologia cristã. Como crentes na soberania divina irrestrita, não podemos supor que a Queda tenha pego Deus de surpresa.

A prova de que Deus não apenas previa a desobediência humana, como a permitiu, e a incluiu em Seu glorioso plano, é que, antes mesmo da fundação do mundo, Ele havia provido um meio de equacionar o problema do pecado. De forma que a Bíblia nos apresenta Cristo como o “Cordeiro que foi morto desde antes da fundação do mundo” (Ap.13:8b).

Não há improvisos no plano arquitetado por Deus. E a prova disso é que Ele já havia feito ampla provisão.

Antes do início da História, um plano foi arquitetado, em que cada evento foi previamente decretado pelo Criador. Em Sua Onisciência, Deus sempre soube com antecedência de todas as coisas. O Deus das Escrituras não deve ser confundido com o “deus” da chamada teologia de processo, que nada sabe quanto o futuro, pois é refém do tempo que ele mesmo criou.

Definitivamente, Deus não é refém do tempo. Ele vive na Eternidade, onde não há passado ou futuro, mas um eterno agora. Todas as coisas estão diante d’Ele concomitantemente. Ele não precisa lançar mão de dados estatísticos, para saber a probabilidade de algo acontecer ou não. Ele simplesmente sabe.

Em Sua sabedoria, Ele decidiu que o homem só conheceria Seu amor e Sua graça, se tropeçasse e caísse de seu estado original.

Agostinho foi feliz ao declarar: “Oh bendita queda, que nos proporcionou tão grande redentor!”. Se não houvesse Queda, não haveria necessidade de Redenção. Se não ocorresse a Ruptura, também não haveria a Convergência em Cristo na Plenitude dos Tempos. Portanto, não haveria cruz; jamais entenderíamos a profundidade do amor de Deus. A graça nos seria um conceito desprovido de qualquer sentido.

Sem a Queda, fatalmente seríamos corrompidos por nossa própria perfeição, como aconteceu com um tal querubim ungido.

Foi melhor sermos humilhados, para ser depois exaltados pela Graça divina, do que nos exaltarmos, e sermos definitivamente derrubados de nossa arrogância.

Tudo estava no plano de Deus. A maneira como cairíamos, e como seríamos reconduzidos à glória.

A serpente não entrou no paraíso por um descuido de Deus.

A provisão de Deus para a reversão da Queda é Cristo. Ele reverteu, através de Sua obediência, o processo desencadeado pelo pecado.

Ele não só zerou nosso débito, mas colocou-nos numa situação de crédito com Deus.

Adão foi tentado no paraíso e caiu. Jesus foi tentado no deserto, e não caiu. Enquanto Adão podia comer de todas as árvores, Jesus, no deserto, não tinha alternativa pra saciar Sua fome, senão transformar pedras em pão. Mas Ele resistiu até o último instante.

Agora, Sua vida justa e santa é creditada em nossa conta, enquanto nossos pecados foram debitados na Sua. “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Co.5:21).

Fonte:
http://www.genizahvirtual.com/2011/07/por-que-deus-nao-impediu-queda.html

Abraços, Paz de Cristo.

10 comentários :

  1. Olá,
    Gostaria de dizer que não sou ateu, mas sim um cristão que costuma questionar muito sobre sua própria crença, por isso as minhas palavras a seguir não são de deboche, mas sim de uma visão bem particular que tenho sobre a existência cristã.

    Bom

    Deus, em sua onipotência e onisciência, cria um ser perfeito, puro e a sua imagem e semelhança, mas, mesmo assim ele sabe que sua criação vai falhar ou fatalmente seria corrompido pela própria condição de perfeição que ele criou! Ai Deus decide que, apesar dele nos ter criado daquela maneira, nós só conheceríamos sua glória e amor, se perdêssemos nossa condição primordial que nos foi imposta por na criação. Então Deus incorpora essa falha em um plano futuro de salvação, que envolveria a queda, sofrimento e a subversão de sua criação por uma de suas antigas criações que também não deu muito certo!, digo, por um ser maldito e maligno. Plano esse que, apesar de previamente já condenar milhões ao inferno, de condenar a própria humanidade a sofrer com uma vida de sofrimento pela separação do criador e da sua condição inicial, além é claro de ter que conviver e sofrer com a interferência do diabo, um ser que o homem não pode vencer ou se defender naturalmente, mas que foi deixado livre no mundo para fazer o que quiser, sabe-se lá o por que. Ainda sim esse plano é a maior prova de amor que ele poderia ter bolado lá nos primórdios dos tempos?

    Não sei se estou certo ou errado, mas penso que talvez, Deus não se importa assim de maneira incondicional com a humanidade que ele criou. Pela condição que nos foi imposta, me parece que ele simplesmente criou uma condição, um teatro onde os atos principais já foram escritos, onde nós fomos colocados no meio de uma guerra (que não deveria ser nossa) e nos foi dado um aparente livre arbítrio para escolhermos viver á nossa maneira e voltar àquela condição de união com Deus, embora o discurso final seja: Façam aquilo que eu mando e sejam como eu quero que vocês sejam ou passem a eternidade sofrendo no inferno!

    Muitos vão me dizer que essa aparente contradição ou ironia é um plano divino além da nossa mera compreensão mortal. Bom, se for isso mesmo eu só posso continuar pensando que o plano sempre foi não se importar muito.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu discordo de você, a bíblia fala em livre arbítrio então nós temos escolhas e se temos escolhas vivemos num mundo probabilístico.
      O que seria isto? Que o futuro é incerto com um número x de probabilidades e Deus com sua onisciência conhece a todas e com sua onipotência pode fazer qualquer uma acontecer.
      Ora, se o nosso futuro é incerto e podemos escolher coisas como podemos culpar a Deus? Se abandonamos ele é por nossa culpa e não dele.

      Excluir
  2. Olá, Anônimo!

    Bem, já que você se diz cristão, meu discurso vai ser um pouco diferente com você.

    Buscar bases racionais para a sua fé é bom e muito importante, mas tenha cuidado com isso de questionar demais, existe um limite. O excesso de questionamento e ceticismo pode matar a nossa fé, assim como o excesso de crença sem base intelectual pode te tornar um fanático. Procure buscar um equilíbrio, como você é cristão, é muito mais fácil. É só falar com Deus e pedir por isso.

    ResponderExcluir
  3. Sobre a sua explanação, é interessante o modo como você pensa nas coisas, eu até concordo quase totalmente com o que você escreveu no primeiro parágrafo. Mas discordo na conclusão.

    Realmente, nunca entederemos como a "mente" de um Ser que tem o conhecimento potencialmente infinito das coisas e que não está restrito a limitações espaço-temporais (afinal, como disse Santo Agostinho, "Se O compreendesses, Ele não seria Deus"). Pensar nas premissas que temos pode muitas vezes dar um nó na nossa mente, e nos fazer chegar em conclusões distorcidas.

    Eu faço um questionamento à sua maneira de pensar durante todas as partes desta série, baseado no argumento que a onipotência de Deus está restrita ao que é possível logicamente (afinal, o que é logicamente possível simplesmente não existe, para todos os efeitos). Deus é amor, e amor implica em liberdade, pois é uma escolha. Deus não pode obrigar ninguém a amá-lo, pois isto é uma impossibilidade lógica. Porém escolher não amar a Deus é selar o seu próprio destino separado dEle; é a pior escolha que se pode fazer no Universo. Infelizmente, muitas pessoas não rprestam atenção nas graves consequências dos atos que estão cometendo, quando decidem com seus atos não amá-Lo.

    É muito importante que você entenda isso: Deus não pune pessoas por não amá-lo. A "punição" (apenas nós enxegamos como punição, mas não é) é apenas a consequência inevitável de nossos atos. A liberdade, talvez, não seja tão boa assim. É uma responsabilidade grande demais para nós. Por isso as pessoas acabam não sendo livres, mas sim escravas dos seus próprios pecados.

    Estarei a disposição sempre que quiser discutir sobre o assunto.

    Abraços, Paz de Cristo.

    ResponderExcluir
  4. Entendo o seu questionamento, pois está na minha de ser humano entender a mente de outro ser humano, porem a minha compreensão assim como a sua está muito longe da mente de um ser perfeito como Deus, somos criação, feito para um plano muito maior do que podemos imaginar na nossa mente limitada, basta você perceber que o que sabe é baseado na sua cultura regional do país onde você nasceu, nós não somos capazes nem de ter uma visão global sobre todos os povos, como podemos querer saber coisas espirituais e universais, amigo se você se sente um cristão, deve se basear em sua fé e na esperança em Jesus Cristo, se Deus não se importasse a morte de Jesus não existiria, pois ele amou o mundo de tal maneira que deu seu unico filho, para que tivessemos a possibilidade da salvação!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Não entendi muito bem se você concordou ou discordou com o texto, caro Anônimo. Mas eu concordo que nossa mente é limitada demais para fazermos qualquer explicação absoluta sobre algum desígnio divino. Só conseguimos ir até a onde nossa razão permite, se passarmos dai estaríamos especulando.

      Abraços, Paz de Cristo.

      Excluir
  5. O mal é um "Big" problema quando argumentamos sobre Deus!

    Ja que ele sabe passado e futuro, hoje eu nao entendo como é possivel conseguir ver um deus bom, um deus de amor, e não ver um deus maligno e cruel! Quero entender melhor isso. Como crentes em geral conseguem, ou melhor dizem que tudo q é bom vem de deus, mas nao conseguem adimitir que esse deus tambem fornce coisas ruins ou más para o ser humano. E nem preciso dar muita explicação pra isso, pra que o mal aconteça no mundo é preciso a permissão de deus, um exemplo disso é a historia de jó (onde deus aceita o jogo "vai pecar ou não pecar contra mim"). Não entendo como vcs crentes conseguem (na vdd eu entendo fiquei bom tempo sendo cristao) dizer que o que é ruim q se passa no mundo é por causa de satanas, e tudo q acontece de bom vem de deus.

    Como é possivel ver deus em um tsunami? como é possivel ver deus em um naufragio? como é possivel ver deus quando crianças nascem com diversos tipos de problemas? Como é possivel ver deus no cancer maligno? como é possivel ver deus em uma guerra? como é possivel ver deus em uma chassina? como é possivel ver deus em um terremoto 9,2?

    E ainda por cima, a desculpa de sempre é por "causa" do pecado, por "causa" da transgressao do plano. Isso é simplismente ridiculo devo admitir.

    Eu fico imaginando um ser transcendental, e com diversas outras qualidades dadas a ele, antes de decidir criar o universo existente: "os motivos de deus para criar o universo e o ser humano"

    Deus apos viver trilhoes de anos, sozinho no universo, apenas acompanhado da materia escura, (veja bem toda luz vem da escuridao) vendo atomos, neutrons, pensa: - Porra, que chatice do caralho, nada pra fazer, ninguem pra conversar, seria bacana fazer alguma coisa que acabasse com a chatice desse lugar. Já sei, tive uma brilhante ideia, que tal criar o universo, assim faremos anjos, que mais tarde irao se rebelar contra mim, ai serei obrigado a criar o ser humano, por causa desses idiotas que nao me seguiam no ceu,e farao os seres humanos que direi que foram criados a minha imagem (nada impede que deus seje uma gosma, uma particula, um ser parecido com os humanos, pq ninguem sabe ao certo) a cairem em pecado, na verdade adoro a palavra pecado muito bonita alias, ai o ser humano ira viver diversos males que é claro sem minha permissão nao podem acontecer, assim eles jogaram a culpa no homem vermelho que no ceu eu o chamarei de luz, entao eles irao chamar meu nome sem terem ideia de quem eu sou, irao dizer que a moral e o cosmos apontam diretamente pra mim, sem ao menos saberem o que é a minha moral e o que realmente é o meu cosmos. Acho que isso me alegrei por bilhoes de anos.
    Verei o universo ser criado, vai demorar mas minha ideia vai funcionar, farei a vida, os mundos e tudo que neles há. Tudo pra mim e só pra mim. E ai daquele que não seguir esse caminho.

    Assinado Senhor todo poderoso, luz e tudo de bom.......Deus!

    Ps: Poderei fazer alguns aliens apenas para consundir os seres da terra, seria interessante.

    Favor entregar diretamente para Jesus e Espirito santo, pra ver se eles aprovam minhas ideias.
    Com urgencia

    ResponderExcluir
  6. desculpa a brincadeira, mas essa historia tem muita logica por tras dela certo?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Olá Gabriel.

      Fico feliz em ver que você tem participado muito do blog, e peço desculpas por não estar tão presente, tenho estado muito ocupado. Vou responder os seus comentários aos poucos, na medida do possível.

      Primeiro, esta ideia de "o que é ruim q se passa no mundo é por causa de satanas, e tudo q acontece de bom vem de deus", apesar de ser algo muito comum entre os cristãos leigos, é realmente uma ideia equivocada. De um certo modo, como você mesmo falou, todas as coisas no fundo vem de Deus. Ainda sim, existe uma diferença entre Deus fazer uma coisa deliberamente e Deus permitir que algo aconteça. Se Deus intervisse na natureza sempre que algo ruim fosse acontecer, ou sempre que o homem planejasse algo mau, não acho que este seria um mundo bom. Seria um mundo controlado e censurado por Deus, e poderiam existir pessoas reclamando "Deus não é bom, porque Ele não nos deixa livres para fazermos o que quisermos". Mas Deus é bom e criou o homem com liberdade, e por isso o homem reclama: "Deus não é bom, porque Ele permite que o mal aconteça". Isso é tipicamente humano...

      Deus, segundo o cristianismo nos conta, foi muito claro desde o princípio com o homem, apesar de dá-lo liberdade também advertiu diversas vezes sobre as consequências que o homem poderia gerar para si mesmo naturalmente, se usasse sua liberdade de forma não conveniente. E o que aconteceu é que todos nós pecamos, todos nós desobedecemos as leis de Deus, e por isso Deus não possui nenhuma obrigação de manter amizade conosco, já que nós mesmos nos rebelamos contra Ele.

      Mas é aí então que entra o grande amor de Deus: mesmo não merecendo nada da parte dEle, Ele se ofereceu para pagar a dívida que nós mesmos geramos contra Ele! Deus nos ofereceu um presente inestimável, que foi o seu perdão e a possibilidade de um dia novamente voltar ao estado original não-corrupto o qual o ser humano deveria estar! E para isso não pagamos nada! Esta sem dúvida é uma imensa prova de amor, e ela nunca poderia ter sido dada se o ser humano não tivesse se rebelado e se corrompido. Você viu, então, como Deus usou um grande mal, que foi a rebelião e a condenação que o ser humano atraiu pra si, para gerar um bem ainda maior, que é o seu perdão e a sua prova de amor?

      Talvez seja difícil de entender pra você. Mas eu acho que só chegamos a entender a verdadeira natureza da bondade de Deus quando conseguimos olhar para nós mesmos e enxergar a nossa própria maldade. Por isso, eu sugiro que leia este texto aqui:

      http://www.respostasaoateismo.com/2012/02/ensaio-de-c-s-lewis-sobre-maldade.html

      Abraços, Paz de Cristo.

      Excluir
  7. Boa noite:

    Eu respeito e aprecio todos os cristãos, assim como os seus inspirados profetas.

    Todavia, é preciso ter em consideração, que a bíblia, não é necessariamente a única “sagrada” escritura - que nos fala de Deus - nem a única que demonstra a sua sábia e amorosa existência.

    Para quem aceita a bíblia, como o único livro inspirado por Deus, tem diversos pequenos problemas, que a tornam altamente controversa, em matéria de fé…

    O primeiro é o facto inalienável, dos três principais adjectivos de Deus, consensualmente considerados verdadeiros: omnisciência, omnipresença e omnipotência.

    Deus por toda a eternidade esteve só, antes de criar, dado que é o ser absoluto; o que equivale a dizer, que de certo modo, só ele realmente existe!

    Sendo assim, uma vez, que ele estava prenhe de amor, porque ele é o Amor, decidiu dar à luz…

    Como ele é omnisciente, sabia o que queria e iria criar, assim como todas as consequências da sua necessidade e decisão de gerar.

    Portanto, sabia que ia gerar o “mal”, que tanto o haveria de entristecer e indignar!

    Antes de criar – sabia – que um dia, depois de ter planeado a felicidade humana, deveria determinar a morte e o exterminio da maior parte da Humanidade e mais tarde confundir a única linguagem humana existente, em motivos do mais extravagante e controverso desígnio divino.

    E depois - dos muitíssimos horrores e erros cometidos – misericordiosíssimo como é, arrependido das suas acções, iria enviar para um sacrifício horrível e desnecessário, o seu queridíssimo e primogénito filho Jesus Cristo.

    Óbviamente também sabia, que deveria haver um momento, em que não poderia continuar a tolerar mais a presença do ser a quem haveria de outourgar a mais absoluta liberdade de escolha.

    Ora - como é evidente – antes dele criar, estava cientíssimo de todos estes futuros factos, que o haveriam de incomodar até à exasperação absoluta.

    Todavia, apesar de conhecer perfeitamente as mais detalhadas consequências do seu amoroso desejo de criar - mesmo assim escolheu criar - aquele e aqueles, que um dia iriam aborrecê-lo ao extremo de posteriormente, precisar de expulsar da sua celestial presença; punir severamente e finalmente “destruir”, para viver em paz consigo próprio.

    Ora, isto afigura-se-me como o mais espantoso e tremendo paradoxo, das livres acções de um Deus, considerado como o cúmulo do amor, da perfeição e da inteligência…

    Amigavelmente - artur

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...